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Diretor de carnaval Laíla será nome de praça pública na região do Maracanã

A proposta apresentada pela vereadora Luciana Boiteux (Psol) foi aprovada nesta quarta-feira (16) na Câmara do Rio de Janeiro. O local da homenagem fica entre ...

Diretor de carnaval Laíla será nome de praça pública na região do Maracanã
Diretor de carnaval Laíla será nome de praça pública na região do Maracanã (Foto: Reprodução)

A proposta apresentada pela vereadora Luciana Boiteux (Psol) foi aprovada nesta quarta-feira (16) na Câmara do Rio de Janeiro. O local da homenagem fica entre a Avenida Prof. Manoel de Abreu e a Rua Dona Zulmira, no bairro Maracanã. Laíla, diretor do carnaval da Beija-Flor Alexandre Durão/G1 Os vereadores do Rio de Janeiro aprovaram na tarde desta quarta-feira (16) uma homenagem ao diretor de carnaval Luiz Fernando Ribeiro do Carmo, mais conhecido como Laíla, que trabalhou em muitas escolas de samba, mas ficou marcado como personalidade da Beija-Flor de Nilópolis. Um dos grandes símbolos do carnaval carioca nos últimos 50 anos, com passagem por Salgueiro, Vila Isabel, União da Ilha e Unidos da Tijuca, Laíla será eternizado como nome de uma praça pública localizada entre a Avenida Prof. Manoel de Abreu e a Rua Dona Zulmira, no bairro Maracanã, na Zona Norte do Rio. (Veja abaixo o local da homenagem) Laíla morreu de Covid em 2021, aos 78 anos. Em 2023, o calçadão de Nilópolis foi batizado com o nome do histórico diretor de carnaval. Diretor de carnaval Laíla será nome de praça pública na região do Maracanã Google maps Referência do carnaval Laíla estava no carnaval há mais de 50 anos. Teve passagens pela Beija-Flor, Salgueiro, Vila Isabel, União da Ilha e Unidos da Tijuca. Na década de 1970, ele começou na Salgueiro, mais ou menos na mesma época em que despontavam por lá Joãosinho Trinta, Rosa Magalhães, Maria Augusta, Lícia Lacerda e Arlindo Rodrigues. Na Beija-Flor, Laíla passou quase três décadas, em três passagens diferentes. A escola afirmou, após sua morte, que ele era conhecido por sua genialidade e personalidade forte. Diretor da Beija-Flor, Laíla, no Desfile das Campeãs Marcos Serra Lima/G1 Laíla também era conhecido pela disciplina que comandava a harmonia das escolas por onde passou. A última escola em que atuou no Rio de Janeiro foi a União da Ilha, em 2020, quando a escola foi rebaixada para a Série A. Laíla participou de carnavais que marcaram a história. Em 1989, na Beija-Flor, a imagem de um "Cristo mendigo" foi proibida pela Justiça de desfilar na Marquês da Sapucaí, no Rio. A alegoria, no entanto, entrou no sambódromo coberta por um pano preto. 31 de março de 1989 – Joãosinho causou polêmica com uma imagem do Cristo Redentor vestido de mendigo na Beija-Flor; a escola foi vice-campeã naquele ano. Arquivo/AE A ideia tinha sido motivo de desavença entre Laíla e Joãosinho Trinta. Após Laíla sugerir que e escola levasse à Sapucaí a imagem de um Cristo abraçando uma comunidade, Joãosinho afirmou que ele teve a ideia de levar um "Cristo mendigo". "O país estava vivendo uma crise muito grande, na época. Eu falei pro João o seguinte: eu vejo um Cristo mendigo saindo de dentro de uma favela ou abraçando a favela para amenizar a dor do nosso povo. O João como sempre ficou calado, não falou nada. Na reunião, o João na minha frente falou: eu tive uma ideia que vocês vão ficar maravilhados, de trazer um Cristo mendigo. Aquilo veio abaixo. Eu quietinho, mordido mas fiquei quieto”, contou Laíla em uma entrevista na época. A proibição partiu da Arquidiocese do Rio de Janeiro. Após o desfile, Laíla disse a Joãosinho: "O Cristo mendigo é meu. E a frase é minha.” A frase “Mesmo proibido, olhai por nós” ficou famosa e o Cristo entrou para a história do carnaval. Mas a amizade entre os dois criadores nunca mais seria a mesma.

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